A coluna desta semana está atrasada pelo mesmo motivo que as minhas unhas ainda estão por fazer. Ainda não organizei a mala para a viagem de final de semana e o cachorro pula na janela, com a bolinha na boca, implorando atenção enquanto escrevo este texto. O tanque entrou na reserva e ainda não passei no posto de combustível. Meu armário vai esperar mais uma semana para ser organizado e ainda bem que meu marido aprendeu a cuidar das próprias roupas (e até das minhas!). Valeu sogra, por educá-lo assim.
Gazeei a academia hoje para tentar colocar as tarefas em dia. Sento em frente ao computador para escrever e lembro que não ponho comida no estômago há umas oito horas. Não estava sentindo fome até lembrar disso. Resultado: caio de boca no que sobrou do pote de sorvete guardado no congelador. A TPM me fez desejá-lo a tarde inteira. Permito-me o doce para equilibrar o nível de serotonina e, quem sabe, refrescar as ideias. Tem dias que nossa cabeça ferve.
São tantas decisões a tomar, tantas pessoas com quem se relacionar, tantos atalhosa tomar no trânsito, tanta paciência ao telefone, tantos e-mails para responder, tantos projetos para iniciar, tantos relatórios para analisar, sem falar na consulta e os exames médicos que você nunca marca. E que quando marca, ainda esquece ou remarca por conta de um imprevisto. E acabo de lembrar que tem uma semana que não ligo para minha mãe e para lá de um mês que não levo o cachorro para passear. E agora o cachorro também late porque já está com fome.
Entre ontem e hoje pensei em iniciar essa coluna umas três vezes. Fracassei. Entre um compromisso e o próximo, não tive nenhuma inspiração. Cheguei em casa e, durante o banho, fiquei lembrando de como usamos o tempo como bengala quando nos falta assunto. E aí pensei que falar da falta dele, hoje em dia, faz muito mais sentido.E aqui estou, na maior franqueza, compartilhando com o leitor minha corrida contrao relógio. Na esperança de que ele se comova e, quem, sabe, comente abaixo o quanto também se identifica comigo.
E aí, tamo junto?
(texto publicado na coluna Reflexões da Carina no site: http://www.reportercamboriu.com.br no dia 20 de novembro de 2015)